Dia e noite de criança hoje. Comprei minha câmera nova, especialmente para fazer boas fotos para meu blog. D’us me ajude, eu não precise mais procurar fotos no Google e aprenda a fazer fotos que digam o que não sei escrever.
A escolha não foi muito difícil, escolhi a loja que tinha a maior variedade e os melhores preços (fácil, fácil, pois era a mesma), anotei os modelos que estavam no meu orçamento, fui no Google. Fui no Google e escolhi a que é melhor para fotos noturnas.
Fotos noturnas, é óbvio!
Manual, documentação, livros sobre fotografia, pra quê? Gosto de escrever, fotografar tem de ser fácil porque será só para ilustrar, mas bem ilustrado, o que eu escrever.
Abri o manual só para saber como pôr pra funcionar o que eu queria. “Onde fala nisso? E isto aqui, onde diz como faz?” Pendurei a engenhoca no pescoço e já saí atrás de uma foto.
Qual? Onde? Tinha que ser especial.
Queria fotografar o céu sobre o mar. Estava noite, neblina e um trânsito de fim-de-feriado para ir à praia e voltar na mesma noite.
Não teria o mar, seria só o céu então.
Parti pro interior, pra serra, não muito longe. Sei onde achar, aqui perto, uma paisagem bonita com vale e montanha, longe da cidade e das rodovias. Fui direto. A paisagem não era o que importava. No alto da montanha, eu queria ficar sozinho com o céu.
Mas o grande problema eu só percebi quando cheguei, e devia ter-me sido óbvio. Noite nublada, cadê a lua? Como eu podia debutar minhas fotos em meu blog se a atriz principal não estava disponível.
Frustrado, encostei o carro na beira da estrada, desci e fiquei olhando. As nuvens se juntavam todas na mesma direção. Devia ser onde escondiam a lua. Malditas! Ou, espera, ou era lua cheia? Nem me lembrei de olhar. Vacilão eu.
No resto do céu, ali no escuro, muitas estrelas. Pareciam flores plantadas num jardim.
A foto não teria uma solista, seria uma panorâmica de um elenco inteiro. Ajustei a câmera como vi no manual e, vai que a primeira fica tremida, bati três fotos. A bateria – que burro sou! não carreguei a bateria – só durou três fotos e nem pude conferir ali como ficaram. Corri pra casa.
Em casa, bateria carregando, cartão com as fotos no notebook. As fotos estavam umas porcarias. Não tinham nada a ver com as que eu vi nos livros e sites que ensinam a tirá-las.
Mas se prestar atenção (esta é a primeira, clique para vê-la inteira), dá pra notar algumas estrelas. Tem seu charme, me prende a atenção ficar olhando e procurando estrelas nela. Cada vez que procuro acho mais uma e a foto me parece mais bonita e misteriosa.
Pensando bem uma primeira foto misteriosa e com estrelas escondidas não pode ser ruim.
Não é assim mesmo que deveríamos povoar a nossa imaginação: estrela por estrela?
A lua? A lua, quando eu tiver estrelas suficientes, tenho certeza de que ela vai aparecer para olhar.
A lua não é tão bela sem estrelas… Estrelas não são tão belas como a
Lua
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Faltou algo na foto. Não sei se no céu. Não sei se devia estar na foto.
Mas gostei, mesmo assim.
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